Roteiro: Falcão X Carlos Euler
Atualizado: 9 de jun. de 2022
A região das Agulhas Negras fica bem na divisa do estado do RJ com os estados de SP e MG, o que faz com que seja comum, mesmo em pedaladas mais curtas, cruzar as divisas entre esses estados e aproveitar o que o interior de cada um tem de melhor a oferecer. É o caso do pedal até o distrito de Passa Vinte (MG) chamado Carlos Euler, que encanta por sua história, suas cachoeiras e seu clima acolhedor. Nesse roteiro você vai ficar por dentro de todos os detalhes desse passeio incrível que começa no distrito de Falcão, no município de Quatis. Confira!

Como já dissemos na introdução, o ponto de partida sugerido dessa vez é a vila de Falcão, pertencente à Quatis, um dos quatro municípios da nossa região. Ir de carro até essa localidade e começar a pedalar a partir de lá é uma ótima pedida, mas também é possível chegar até lá pedalando, pois a vila fica a pouco mais de 20km do centro de Quatis, tendo a Rod. Joaqui Mariano de Souza (RJ-159) como principal via de acesso. Se você não sabe chegar até Falcão, clique aqui. A propósito, ir e voltar a partir do centro de Resende, por exemplo, até o destino final desse passeio te faria pedalar por um total de 130km, um bom desafio.

Partindo da praça central de Falcão, seguindo pela estrada sentido MG, antes mesmo de deixar a vila para trás, há uma bica d'água que pode ser usada para encher as garrafinhas antes de seguir. Aproveite, pois o próximo ponto com água potável fica muitos quilômetros a frente.

Os primeiros 5,7km do passeio serão pela rodovia, no asfalto, mas nem por isso menos interessantes. Belas paisagens e a ferrovia que corre em paralelo à estrada te farão companhia enquanto pedala praticamente sem nenhuma inclinação, uma ótima forma de aquecer para os desafios que te esperam.


O asfalto termina em uma ponte sobre o Rio Preto, curiosamente o mesmo rio que cruza a região turística de Visconde de Mauá, sobre a qual já escrevemos vários roteiros aqui no site. É nesse ponto inclusive que está a divisa entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Já em terras mineiras, a primeira coisa que você vai reparar, além da mudança na pavimentação, são as placas que indicam a direção para as várias atrações turísticas de Passa Vinte, município que você terá acabado de adentrar.

Seguindo à direita depois de passar pela ponte, logo você irá ver o belo pórtico de boas vindas à Passa Vinte, seguido do letreiro de "Eu Amo Passa Vinte". Há também nesse lugar placas com os nomes das várias cachoeiras que você irá passar enquanto pedala morro acima. Aproveite para tirar algumas fotos e se hidratar antes de começar a longa subida que te aguarda em seguida.



Você deverá seguir pela estrada de terra à esquerda do letreiro, uma subida constante de aproximadamente 10 quilômetros te espera nessa próxima fase do pedal, sendo os primeiros km marcados por uma paisagem rural exuberante.



Enquanto sobe, você irá passar por duas cachoeiras na beira da estrada, do seu lado esquerdo, a primeira delas é o Poço do Açude e a segunda a Cachoeira da Princesa, distantes 2,4km e 2,8km, respectivamente do ponto onde a estrada de terra teve início. Na segunda delas há inclusive uma pequena piscina natural para aqueles que quiserem se refrescar.



Depois de subir por 5,4km você irá avistar uma virada à direita que deverá ignorar, pois te levaria até o centro de Passa Vinte. Siga reto nesse ponto, passando por baixo da ferrovia.

Logo depois do viaduto da ferrovia você irá fazer uma longa e agradável descida e se deparar com uma bifurcação, onde deverá se manter à esquerda para continuar em direção à Carlos Euler.

Seguindo em frente por um trecho de subidas um pouco mais íngremes, em determinado momento você irá passar por baixo de uma tubulação, um importante ponto de referência para te lembrar de parar e olhar para o vale que irá surgir à sua direita pouco depois, uma chance de ver a Ferrovia do Aço por um ângulo privilegiado.



Pouco depois desse ponto, havendo percorrido cerca de 8 quilômetros da estrada de terra, você chegará ao ponto que marca o início da trilha para a Cachoeira do Lajeado. Haverá um pequeno portal do seu lado direito, com instruções sobre uso do lugar e inclusive uma caixinha para você deixar de forma voluntária uma contribuição sugerida de 5 reais, como taxa de preservação.


A trilha até a cachoeira é impossível de ser feita pedalando e mesmo empurrar a bike é muito difícil, então nossa sugestão é que deixe ela encostada em alguma árvore a partir de um ponto onde não seja mais possível avistá-la a partir da estrada. Nossa recomendação é que desça com ela até no máximo o ponto onde há uma bica d'água, pois a partir dali se torna ainda mais difícil, simplesmente não vale a pena levar.



Depois de cerca de 100 metros caminhando você vai entender porquê vale a pena o esforço para visitar essa cachoeira. Em um primeiro momento pode até acontecer de você ficar confuso ao chegar na água, imaginando onde está a tal cachoeira, isso porque na verdade a trilha te leva ao topo dela, de modo que você precisa descer o rio pela lateral à direita para ter uma vista mais ampla da mesma.



A cada metro que desce a cachoeira impressiona mais e a descida parece nunca ter fim, uma experiência realmente diferente de todas as cachoeiras da região!



De volta a estrada, a próxima parada já será no centro da vila de Carlos Euler. Para chegar até lá você terá que vencer a subida mais difícil de todo este passeio, que começa logo após passar por cima da linha férrea. O segredo é já ir mudando a marcha assim que perceber que está pedalando sobre blocos de concreto ao invés de terra.


Você saberá que chegou à vila quando passar por uma espécie de represa do seu lado direito e uma placa de boas vindas do lado esquerdo.


Ao se aproximar do centrinho da vila, o primeiro ponto de atenção será a antiga estação ferroviária do seu lado esquerdo, que facilmente passa despercebida pelos menos atentos. Se você deseja tirar algumas fotos nesse lugar "altamente instagramável", lembre-se que o ponto de mais fácil acesso ao trilho do trem fica logo em frente à Casa Comercial Fortunato Nardelli, uma construção de 1916, que por si só também merece uma paradinha para apreciação.